Governo escala representantes sem experiência em negociação para reunião que trataria de campanha salarial

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O governo Bolsonaro segue mostrando seu descaso em receber os servidores e iniciar o processo de negociação referente ao reajuste salarial. Numa demonstração de pouco interesse, escalou representantes sem conhecimento em tratativas com servidores para receber uma comitiva da Fonasefe que cobrava por negociações. A reunião ocorreu no dia 1º de abril numa triste ironia com o dia da mentira e o resultado foi visto como desprezo pelos representantes dos servidores.

O agendamento da reunião do dia 1º ocorreu no dia 22 de março, data de protestos e vigília em frente ao Ministério da Economia. Na ocasião, parte dos manifestantes que realizavam protestos fora recebida por representantes do órgão. Servidores esperam desde janeiro quando o primeiro ofício reivindicando abertura de canal de negociação foi protocolado no Ministério.

Representaram o Ministério da Economia na reunião José Borges de Carvalho Filho, coordenador-geral de Negociação Sindical no Serviço Público e diretor interino de Relações de Trabalho do Ministério da Economia e o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal, Leonardo José Matos Sultani. De acordo com a Fenajufe, eles os representantes tentaram dividir o momento, insinuando que havia negociações em curso com segmentos específicos, ao que foi interrompido com a afirmação seca e incisiva: quem fala pelo serviço público federal está aqui nessa mesa.

Segundo informou David Lobão (Sinasefe), do Fonasefe, a equipe econômica discute um Aditivo ao Orçamento da União e a partir dele poderia haver conversa com o governo. “Nós dissemos que isso não é o método correto. O método correto é discutir conosco o reajuste. E se este reajuste está atrelado ao aditivo no Orçamento, estamos dispostos a fazer nossas movimentações dentro do Congresso para que este aditivo seja aprovado”, declarou o Dirigente ao UOL Economia.

Lobão avalia também que a posição intransigente do Planalto em não negociar, deverá deixar a base ainda mais “atiçada” na construção do movimento paredista.

Sem propostas ou disposição para negociar ou qualquer sinalização que indicasse evolução nas discussões, a reunião com o governo, realizada numa datada enevoada pelos significados, traduziu mais uma vez aquilo que sustenta os atuais usurpadores da República: a mentira.

 

Fonte: Fenajufe