Assembleia aprova participação do Sinjutra em campanha “Fora, Bolsonaro!”

O Sinjutra aprovou, por meio de votação em assembleia realizada por videoconferência na última quinta-feira (24/06), a adesão à campanha “Fora, Bolsonaro!”. Os servidores aprovaram a participação do sindicato no comitê unificado de lutas do Paraná e em outros grupos e entidades com o mesmo posicionamento e a realização de campanhas de divulgação.  Textos ou ilustrações  esclarecerão os motivos que levaram à decisão de  participar da campanha, expondo os crimes de reponsabilidade cometidos pelo presidente e os projetos do governo prejudiciais ao serviço público.

O Sinjutra incentivará e participará de ações, manifestações, campanhas e atos contra o mandatário, considerado por muitos como o pior desde a redemocratização, e que já cometeu dezenas de crimes de reponsabilidade – 28, até abril deste ano, nos cálculos do jornalista especializado em Política Reinaldo Azevedo. Outros, que não estão nesta conta, ocorreram na quinta-feira (24/06), no Rio Grande do Norte, quando Bolsonaro abaixou a máscara de uma criança de colo e incentivou outra, uma menina de 10 anos, a retirar a proteção enquanto ela lia um poema durante solenidade que recebia a comitiva presidencial. Os incidentes foram lembrados na assembleia pela servidora Tânia Basílio e podem ser enquadrados, segundo especialistas que repercutiram o tema, como crimes contra menor, em consonância com o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).

Bolsonaro vem sendo chamado de “Genocida” pela forma como conduz o país na pandemia de Covid-19. Já são mais de meio milhão de mortos. Mortes que, em boa parte,  poderiam ter sido evitadas com a adoção de medidas corretas de proteção, como lembrou o  coordenador do Sinjutra Miguel Szollosi, ao mencionar durante a assembleia o que disseram pesquisadores ouvidos também na quinta pela CPI da Covid. O número poderia chegar a 400 mil vidas poupadas, de acordo com o depoimento do médico epidemiologista Pedro Hallal. Já o servidor Jeferson Nunes lembrou outro dado, o de nações com populações equivalentes à do Brasil mas com números bem inferiores de óbitos pela doença, segundo recente publicação do Our Worl in Data.

Em defesa da adesão do Sindicato à campanha “Fora, Bolsonaro!”, o coordenador Renato Celso Moreira Filho apontou que, para além dos aspectos sombrios relacionados à pandemia, e demais crimes,  o presidente é contra a Justiça do Trabalho. Renato se referia à fala de Bolsonaro, em janeiro de 2019, durante uma entrevista ao SBT, quando propôs “em havendo clima” extinguir a Justiça do Trabalho. Renato citou ainda que o governo Bolsonaro tenta pôr em prática um dos projetos mais nefastos ao serviço público, a reforma administrativa. Motivos que, segundo ele, colocam o presidente contra os servidores e o serviço público. Nesse sentido, a servidora Adriely de Camargo criticou o que ela chamou de “deformas” do governo Bolsonaro, que incluem a já aprovada reforma da Previdência, a reforma administrativa, em tramitação no Congresso Nacional, e a ventilada PEC Emergencial, que previa reduzir em até 25% os salários do funcionalismo público. Ponto consensual nos debates da assembleia, como argumento para adesão à campanha,  foi a crítica às reformas e os prejuízos aos servidores. Argumento também defendido em fala pelo servidor Sérgio Lima.

Na avaliação de Jeferson Nunes, contudo, o apoio às manifestações contra Bolsonaro deve ocorrer não apenas pelos muitos prejuízos causados aos servidores e, como consequência, à Nação. Ele reforça que Bolsonaro representa um retrocesso e um ataque à Constituição pela forma como trata pobres, negros, mulheres, indígenas, LGBTQIA + e qualquer forma de minoria. Apontou como fundamento para aderir à campanha o Art. 4º do estatuto do Sinjutra que, entre outros itens, prega “a luta pela defesa das liberdades individuais e coletivas, pelo respeito à justiça social e pelo direito fundamental do homem”. Lembrou também que a Fenajufe, federação da qual o Sinjutra faz parte, há muito aderiu ao “Fora, Bolsonaro!” e chamou os sindicatos filiados à participação nos atos dos dias 25 de maio e 19 de junho últimos.

Os servidores e servidoras que participaram da assembleia foram unânimes quanto à defesa do respeito máximo às normas sanitárias de proteção e de distanciamento social, em caso de participação em ações que envolvam protestos de rua.

Sabe-se que o impeachment é medida extremada, da qual não se pode lançar mão senão em defesa da democracia e sob amparo legal. Sendo assim, por crimes contra a humanidade, por dezenas de crimes contra a Constituição, por “crimes” contra a Nação Brasileira em decorrência das “Reformas” propostas, Fora, Bolsonaro!