CNJ apresenta resultado de pesquisa sobre saúde mental durante pandemia da covid-19
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O cenário com relação à saúde mental dos servidores e magistrados durante a pandemia de coronavírus é preocupante. A afirmação faz parte da conclusão da pesquisa realizada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que contou com a participação de 46.788 servidores e magistrados do Judiciário Federal e dos tribunais de justiça estaduais entre 1º e 15º de julho.
Segundo a pesquisa intitulada “Saúde mental de magistrados e servidores no contexto da pandemia da covid-19”, 47,8% dos que aceitaram participar do estudo declararam se sentir mais cansados do que antes da quarentena, 42,3% tiveram piora no humor e 48% apresentaram alteração na rotina do sono. No que diz respeito os sentimentos mais intensos, o medo aparece no topo da lista: 50% revelaram sentir medo. Em seguida, aparecem desânimo (36%), gratidão (33%), vontade de ajudar (32%) e esperança (30%).
Medo de que os familiares pertencentes ao grupo de risco possam contrair a doença e vir a falecer foi a resposta mais frequente para 79,1%. A maioria também tem receio de adoecer (64,6%) ou de contagiar outras pessoas.
Pelo questionário, foi possível identificar que 1,9% dos servidores e 2,8% dos magistrados receberam diagnóstico positivo para a covid-19. Outros 3,6% (entre servidores e magistrados) acham que foram infectados pela doença, mas não fizeram exame. Vale destacar que a pesquisa contou com dados de até 15 de julho. Outro ponto de atenção, ressaltado pela análise do CNJ, considera que os números podem ser impactados em razão do alto índice de exames falsos negativos, bem como pela baixa testagem que ocorre no Brasil.
Sobre a realização do trabalho remoto, há a percepção, para 48,3%, de que são necessárias mais horas do dia para realização das tarefas, mesmo nos casos em que não houve aumento de demanda - acrescentada a dificuldade de serem realizadas simultaneamente com tarefas domésticas, cuidado com os filhos e preparo das refeições.
Quando questionados sobre as iniciativas necessárias para o retorno presencial ao trabalho, servidores e magistrados “gostariam que equipamentos de segurança como máscaras, álcool em gel, entre outros fossem fornecidos pelo tribunal; que os funcionários considerados de grupo de risco fossem mantidos em trabalho remoto; que fossem realizadas testagens prévias a todos antes da retomada do serviço presencial; que fosse estabelecido rodízio entre os servidores que trabalham no mesmo ambiente; e que os servidores que moram com pessoas consideradas de grupo de risco também pudessem permanecer em trabalho remoto”.
Segundo o estudo apresentado pelo CNJ, “espera-se com este relatório apresentar subsídios e informações técnicas suficientes ao Comitê Gestor Nacional de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores do Poder Judiciário e, assim, contribuir para o bem-estar de magistrados/as e servidores/as, de modo a permitir planejar medidas de melhoria do trabalho remoto e de possíveis fatores de atenção para o retorno das atividades presenciais”.
Clique aqui para ter acesso à íntegra da pesquisa.