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Gritos e assédio moral: uma prática que não deve ser tolerada

Há 17 horas


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Campanha do Sinjutra contra toda forma de assédio

Todo assédio destrói carreiras!
Tanto de quem pratica, quanto de quem sofre

O assédio moral no ambiente de trabalho é uma das formas mais graves de violência psicológica, e o uso de gritos como forma de comunicação ou imposição é uma das manifestações mais evidentes dessa prática. Tanto o Tribunal Superior do Trabalho (TST) quanto o Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-9), em suas cartilhas de prevenção, alertam que a dignidade, o respeito e o diálogo são pilares fundamentais para um ambiente saudável.

O que é assédio moral?

De acordo com as cartilhas institucionais, o assédio moral se caracteriza por condutas repetitivas e prolongadas que expõem o trabalhador a situações humilhantes, constrangedoras ou vexatórias. Gritos, xingamentos, broncas em público e humilhações não devem ser confundidos com a cobrança legítima de resultados — são violência psicológica e desrespeito à pessoa.

A cartilha do TST lista como exemplo de assédio moral “falar de forma desrespeitosa” com servidores. Isso demonstra que a comunicação hostil, mesmo sem palavrões, já configura conduta abusiva.

Por que gritar é assédio?

O grito não é uma forma aceitável de comando ou liderança. O exercício do poder hierárquico não autoriza comportamentos desrespeitosos. A postura de elevar a voz de maneira agressiva gera medo, intimidação e constrangimento, configurando uma prática abusiva que pode comprometer a saúde emocional e física do trabalhador.

A cartilha do TRT-9 reforça que “o medo não pode ser uma forma de gerenciar” e é categórica ao afirmar: “Usar de constrangimentos, gritar e ameaçar não são técnicas de gerenciamento adequadas num ambiente em que se busca uma convivência ética e de valorização das pessoas.”

O Guia de Liderança Responsável do TST denomina esse tipo de prática de “gestão por injúria”, quando trabalhadores são submetidos a pressão excessiva por meio de atitudes agressivas. Nesse modo, o assédio moral pode até ser velado, mas a violência é perceptível a todos e se manifesta em insultos e gritos quando alguém comete um erro.

Liderança com empatia colaboração logo no lugar

Dados recentes da Fast Company Brasil mostram que estilos de liderança colaborativos, inclusivos e com inteligência emocional são muito mais eficazes do que o modelo autoritário de “comando e controle”. Além disso, levantamento da empresa americana de pesquisa Gallup indica que a performance pode cair em até 30% em ambientes autoritários.

Esses dados reforçam que empatia, colaboração e propósito não são habilidades "soft", são competências essenciais para o sucesso e a longevidade organizacional.

O que deve ser correto?

A cartilha do TRT-9 orienta que a gestão adequada precisa estar centrada no reconhecimento, no diálogo e no desenvolvimento humano. Ela destaca:

“Os melhores resultados são aqueles acompanhados de bons resultados para as pessoas também. Reconhecer o esforço colocado nas tarefas, encontrar pontos a serem melhorados e traçar um plano comum para superação dos resultados insatisfatórios são atitudes que proporcionam oportunidades de desenvolvimento para todos.”

Não há espaço para gritos no TRT

O Tribunal Regional do Trabalho deve ser um espaço de respeito, escuta e diálogo. Práticas como gritar ou hostilizar não se coadunam com os valores da Justiça do Trabalho e não podem ser toleradas em hipótese alguma. Um ambiente saudável é essencial para o cumprimento digno da missão do TRT.

Consequências para o ambiente de trabalho

A cartilha do TST destaca que ambientes marcados por assédio, em que gritos e hostilidade se fazem presentes, apresentam maior índice de afastamentos por doenças ocupacionais, queda de produtividade e desgaste das relações interpessoais. A confiança entre chefias e equipes enfraquece, e o clima organizacional se torna tóxico.

O que fazer diante de situações de grito e hostilidade?

Tanto o TST quanto o TRT-9 orientam que trabalhadores e gestores tenham clareza de que o diálogo deve substituir a violência verbal. Nesse contexto, é importante:

  • Registrar as situações (datas, horários, circunstâncias e testemunhas);
  • Procurar canais institucionais de denúncia, como comissões de combate ao assédio ou ouvidorias;
  • Promover a cultura do respeito, com ênfase na escuta ativa e no tratamento digno entre todos.

O Guia de Liderança Responsável dos TST acrescenta que uma das formas de exercer liderança ética é entender as normas e políticas organizacionais sobre assédio e violência. Em caso de dúvidas, gestores ou colegas devem buscar apoio institucional, seja no Recursos Humanos, na Ouvidoria ou no setor de Saúde, para agir corretamente e prevenir mais abusos.

O papel do Sinjutra

O Sinjutra está atento às situações de assédio moral e reforça que ninguém deve enfrentar esse problema sozinho. Se você foi vítima ou testemunha de gritos ou condutas hostis, procure o sindicato. O acolhimento e a orientação são fundamentais para garantir que a denúncia seja tratada com seriedade e para que os direitos de cada trabalhador sejam preservados.

Gritar não é liderança. Gritar não é disciplina. Gritar é violência. Conforme ressaltam o TST, o TRT-9 e dados da Fast Company Brasil, liderar com empatia, colaboração e inteligência emocional é o caminho sustentável para construirmos ambientes de trabalho mais éticos, respeitosos e produtivos.

Abaixo, os links para acessar as cartilhas citadas no texto e notícia do Fast Company Barsil.
Cartilha do TRT-9
https://share.google/MmJFr0M2NaPm2sGlL
Cartilha do TST
https://share.google/eZdXbLXtzfVsAlIce
Guia do TST Liderança responsável
https://share.google/d5UEZyJI99GDVIC2L

Liderança sem gritos: por que empatia e colaboração superam a força bruta | Fast Company Brasil https://share.google/QAVQe5BSNrrxB4DFr